Dia Mundial sem Tabaco em tempo de pandemia é celebrado hoje

31.05.20


Diário de Petrópolis

Fumantes tendem a ter uma pior evolução do quadro de Covid-19, com mais gravidade e risco de morte. Qualquer tipo de produto derivado do fumo traz riscos à saúde e pode prejudicar o organismo quando infectado pelo coronavírus. Para alertar sobre esses perigos, a ACT Promoção da Saúde aproveita o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, e reforça a campanha #VapeVicia, sobre  dispositivos eletrônicos para fumar, categoria que inclui os cigarros eletrônicos e tabaco aquecido.

Lançada em redes sociais, em parceria com a Associação Médica Brasileira e a Fundação do Câncer, a campanha tem como conceito o potencial destrutivo da combinação de dois vícios: em tecnologia e em nicotina. A intenção é mostrar que estes produtos não são inócuos, e as inovações empregadas nesses dispositivos eletrônicos são uma armadilha usada pela indústria do cigarro para conquistar novos fumantes.

Na sexta-feira, dia 29, durante a manhã, a ACT e parceiros farão um Tuitaço usando as hashtag #PrevençãoTabacoJá  e #VapeVicia, para chamar a atenção para o tema.

Os fabricantes de cigarros têm pressionado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para liberar o comércio dos DEFs no Brasil, sob a alegação de que teriam risco reduzido, por não terem combustão, e serem destinados a adultos fumantes que não querem ou não conseguem parar de fumar. No entanto, não há evidências conclusivas de pesquisas sem conflito de interesse e que não sejam financiadas pelas empresas de tabaco, de que os DEFs reduzem realmente os danos à saúde. Ao contrário, pesquisas revelam que substâncias altamente tóxicas estão presentes nos DEFs e que houve aumento no consumo entre jovens nos países em que eles podem ser comercializados, como nos EUA.

“O discurso de que os dispositivos eletrônicos para fumar são um produto de menor risco é sedutor, mas é preciso lembrar que já foi usado antes pela indústria de tabaco de forma enganosa, quando lançaram os cigarros “light”. Esses cigarros também viciam e causam doenças e mortes, por isso o alerta de nossa campanha. A novidade tecnológica atrai para a experimentação, mas depois aprisiona para o consumo, assim como outros produtos para fumar”, destaca Mônica Andreis, Diretora Executiva da ACT Promoção de Saúde.

Para a AMB, “esses novos produtos encobrem, numa nuvem de vapor, sérios riscos às políticas de controle do tabaco, não só pela predisposição à renormalização do tabagismo, estímulo à iniciação e recaída pela falsa percepção de segurança, mas também um aumento sem precedentes de doenças tabaco relacionadas causadas pelo cigarro acrescidas da contribuição dessas novas tecnologias para fumar. Num cenário onde o SUS e a Saúde Suplementar lidam com o desafio de enfrentamento dos altos custos da pandemia do coronavírus seria uma insensatez a liberação desses produtos”, destaca Alberto Araújo, Presidente da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB.

Atualmente, a prevalência de fumo no país é de 9,8%, segundo pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde. Medidas como políticas de preços e impostos, restrição da publicidade, ambientes livres de fumo, entre outras, foram fundamentais a redução do índice de fumantes no país, de 40%, em 13 anos.

Tabagismo e covid-19

Pesquisadores têm estudado a relação entre tabagismo e o novo coronavírus, e observam que fumantes podem ser mais impactados pela Covid-19, são mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas e complicações decorrentes de vários fatores, inclusive pelo comprometimento do funcionamento dos pulmões. Estudo com pacientes chineses diagnosticados com pneumonia associada ao novo coronavírus mostrou que as chances de agravamento da doença foram 14 vezes maiores entre as pessoas com histórico de tabagismo em comparação com as que não fumavam. 

Alertamos também para o risco de estudos divulgados de forma precipitada e sem parâmetros científicos adequados, como o que sugeria um efeito protetor da nicotina. Neste sentido a ACT, junto com sociedades médicas como AMB, SBPT, SBP e Fundação do Câncer, publicaram nota de esclarecimento, disponível em: bit.ly/NicotinaCovid19

Custos do tabagismo

No Brasil, um estudo do Instituto Nacional de Câncer verificou que o país gasta cerca de R$ 57 bilhões ao ano com despesas médicas e de perda de produtividade relacionadas a doenças provocadas pelo fumo. A indústria do tabaco, por sua vez, paga apenas R$ 13 bilhões ao ano em tributos. Isso significa uma diferença de pelo menos R$ 44 bilhões para o sistema de saúde brasileiro. Todos os dias, 428 pessoas morrem devido ao tabagismo no país.

O diretor-executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni Jr., enfatiza que os prejuízos à saúde causado pelo consumo de produtos fumígenos são extensos.

“Cerca de 90% dos pacientes com câncer no pulmão são fumantes ou ex-fumantes. O tabagismo, por meio dos cigarros convencionais, e-cigarros ou narguilés, pode ampliar a chance de complicações e óbitos nas pessoas que contraíram o novo coronavírus”, alerta o oncologista.

Acesse o hotsite da campanha: vapemata.org.br

O Dia Mundial sem Tabaco

É uma data celebrada anualmente no dia 31 de maio, criada pelos Estados membros da Organização Mundial da Saúde,  tem como objetivo chamar a atenção para a epidemia do tabaco e para as mortes que causa, informando o público sobre os perigos do uso do tabaco, as estratégias da indústria do tabaco e as ações da Organização Mundial da Saúde para o controle do tabagismo. A campanha também visa informar as pessoas sobre o que podem fazer para ter uma vida saudável e proteger crianças, adolescentes e jovens das consequências devastadoras do tabagismo.

https://www.diariodepetropolis.com.br/integra/dia-mundial-sem-tabaco-em-tempo-de-pandemia-e-celebrado-hoje-181894




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